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Design: Moreno 


segunda-feira, outubro 28, 2002



Viagem

Sempre quis viajar, e pretendo viajar muito na minha vida... mas, quanto mais perto se aproxima da minha viagem para o paraíso consumista, mais depremida eu fico. Não sei por que, mas isso não será umas férias dos meus problemas e inquietações, mas apenas um catalisador dos mesmos. Dias piores virão, acreditem-me...e o pior que nem gritar pela minha mãe eu posso mais, estou sozinha.


10:04 da tarde [ por nicole ]





What I want

Estou passando por sérias dúvidas existencias...o que eu quero da vida, amor, sexo, viajar, grana, conhecimento???? Tô errada em querer tudo isso? Será que algum dia vou parar de procurar? Será que vou ficar satisfeita alguma vez? Estou vagando, vagando, vagando por aí...o pior é que eu pareço tão certa das coisas, tão estável, tão "boa filha", mas por dentro vivem esse demônios que não me deixam em paz...Ah, saiam da minha cabeça e tirem essa angústia do meu peito, seus diabos! Deixem-me em paz!
Suspiros...Ai, tô cansada. Cansada. Eu sou uma idiota, previsível, ansiosa e construo castelos no ar, só pra piorar as coisas. Mais uma semana horrenda pela frente, e eu não consigo ser boa o suficiente pra não sentir culpa, nem má o suficiente para ficar anestesiada.

12:34 da manhã [ por nicole ]




sexta-feira, outubro 25, 2002



Agradecimentos

Mesmo sabendo que ela provavelmente não lerá isso, preciso deixar registrado: Elisa, "a preposta", muito obrigada pelas palavras, lindona. És o anjinho sentado no meu ombro direito.

11:40 da tarde [ por nicole ]





Life sucks

Ok, momento "garota-enxaqueca"...Esses últimos três dias têm sido uma droga, depressão total. Não tenho a mínima vontade de trabalhar, nada de útil sai daquele teclado. Será que eu estou fadada a trabalhar 12 horas por dia sob intensa pressão num grande escritório capitalista para, só assim, imaginar que estou sendo produtiva e bem sucedida? Minha tentativa de defesa dos fracos e oprimidos não está dando certo, não estou produzindo como deveria, fazia um trabalho muito melhor (ou pelo menos parecia) quando vivia sob pressão. Alguém aí me ajuda a encontrar esse tal de equilíbrio, porque eu não sei mais pra que lado seguir na minha profissão. Por que, oh porque tinha que teimar em morar sozinha e sair da colônia? Que vidinha confortável me aguardava no meu doce interior. Mas não, tinha que insistir em vir pra Porto, morar sozinha, ser independente, ter seu próprio canto, essas coisas e tal. Agora agüenta a ansiedade de se formar logo pra poder se sustentar sozinha o quanto antes. No começo da faculdade meus colegas se impressionavam quando eu falava que morava sozinha. Hoje as pessoas, no fundo, pensam: mora sozinha graças ao papai e mamãe. Ok, talvez seja paranóia... mas, voltando à enxaqueca, god, que desânimo. Estou me sentindo uma incompetente, falo besteiras pro meu melhor amigo, não dormi com meu namorado nessa semana, agüentei faniquitos da minha mãe, pintei as unhas de vermelho vivo. O inferno.
Pra terminar, fico sozinha numa sexta-feira, com a companhia apenas do meu computador, que, por sinal, também foi pago pelo papai...ai, vou dormir.

11:29 da tarde [ por nicole ]




quinta-feira, outubro 24, 2002



Me chamem Rafaela

Lembrei-me de um conto do Daniel Galera que eu considero perfeito para descrever meu estado de espírito. Parece que eu sou a personagem principal. Obrigada Galera, por me entender tão bem sem nunca ter me conhecido...


Falsete embriagado
Choveu fraquinho durante dois dias inteiros, mas agora parou. Pela janela aberta do pequeno apartamento venta um ar frio e atravessa a luz quieta e dourada do fim do dia. Pode-se enxergar a dança de corpos minúsculos nestes raios de sol mornos, letárgicos.
Rafaela abre a porta do banheiro e sai, arrastando ao redor de si uma nuvem de vapor perfumado, vestindo uma camiseta largada, calcinha de algodão, e secando com a toalha os cabelos morenos e compridos.
Atirado no chão por cima de meia dúzia de almofadas perdidas de seu sofá, com um calção no corpo e uma lata de cerveja na mão, Lino parece ignorar a presença dela, mantém os olhos fechados e a cabeça pendendo do pescoço; esticando as sobrancelhas, ele acompanha com um uivo preguiçoso o vocal feminino da música que toca no aparelho de som, único objeto no recinto acompanhando as almofadas, latas vazias de cerveja e uma poltrona envelhecida.
Rafaela olha pra poltrona mas decide não sentar-se nela, pisa por cima do corpo de Lino no chão e aproxima-se da janela aberta, apoia os braços cruzados no parapeito e fica observando a cidade lá fora, um emaranhado de linhas retas e tons frios, fluxo lento de veículos, pessoas cruzando calçadas, e as coisas ostentam um reluzir atípico, provocado pelos raios de sol horizontais e avermelhados do crepúsculo sobre a umidade das paredes, as poças d'água, o asfalto molhado. Tudo cintila. A vida da rua se desenrola solene, arrastando sombras alongadas. Rafaela acha bonito, inusitado.
Tou me sentindo tão cansada, Lino.
Lino fuma tabaco deitado no chão, traga profundamente, vai soltando a fumaça enquanto canta junto com a música, de olhos cerrados. Ainda olhando pra rua, Rafaela não tem certeza se ele ouve. Ás vezes tu não tem vontade de levar uma outra vida, não essa que tu tá vivendo agora? Eu não consigo parar de pensar nos outros lugares em que eu poderia estar, sabe? Pensar nas coisas que eu não estou fazendo, no que eu tou perdendo enquanto estou aqui. Nesse apartamento, aqui contigo.
Lino abre os olhos tranqüilo e movimenta as sobrancelhas.
É chato isso. Por mais que eu trepe, coma, estude, tome trago, dance, viaje, eu sempre tenho a sensação de que eu tou perdendo o melhor de tudo... tu não sente isso às vezes?
Lino?
Às vezes.
Rafaela se encolhe um pouco de frio enquanto ele vira um resto de cerveja, engole e deixa a lata cair ao lado do corpo, junto a umas quantas outras. Acaba uma música e começa a seguinte, Lino passeia a mão por cima do próprio peito despido se concentra no que ouve. Ela olha de novo pra rua.
Nossa, a gente tá fechado nesse apartamento desde que começou a chover, Lino, já te ligou nisso? Choveu desde sexta, faz dois dias já... a gente podia ter dado uma saída ontem. Tem vários filmes que eu queria ver.
Deita aqui comigo, Rafa.
Ela não se move.
Eu queria tanto fazer uma coisa diferente... tipo uma amiga minha que foi pra Londres estudar inglês, mas quando acabou o curso ela pegou um emprego num pub ou algo e ficou por lá um tempo, aí quando ela juntou mais dinheiro ela foi pra Praga e morou lá quatro ou cinco meses também, dever ser lindo!, Praga. Depois ela fez a mesma coisa e foi pra algumas outras cidades, Edimburgo, isso é Escócia acho, e umas outras... faz dois anos que ela tá nessas, esses dias recebi uma carta dela, ela tava sem grana nenhuma e foi parar num kibutz em Israel, tá lá cortando grama e colhendo laranja... porra, eu acho tão legal isso, me deu uma vontade de sair por aí, não precisava nem ser na Europa. Eu só queria dar um tempo dessa coisa meio óbvia de estudar trabalhar ir morar sozinha, toda aquela coisa que esperam da gente, e que eu mesma sem perceber acabo achando que é o caminho que tem e deu... tou meio enjoada da minha faculdade... desta cidade também. Eu queria ver esse pôr-do-sol que tá ali fora em outras cidades. Vem cá, tu tá me ouvindo?
Eu tou te ouvindo, mas eu tou meio bêbado demais.
Lino se estica. Rafaela enxerga ainda o lado de fora da janela, o sol já se foi, e há um pesado teto de nuvens de chumbo rosado sobre a cidade. Depois olha pra ele de novo, jogado sobre as almofadas, só de bermuda, arranhando o próprio abdomen e imitando como pode o lamento cristalino da cantora inglesa num falsete embriagado, encerrado no mundo particular de suas pálpebras fechadas, e pra ela parece ser impossível saber em quê ele pensa, ou o que sente: tédio, medo, cansaço, a alma exausta, como a dela? Ou será que sente apenas o frio no peito, o álcool latejando nas têmporas, as sinuosidades desta melodia? Ela aprecia seu corpo magro, definido, e a pele levemente escura, então desce ao chão e deita-se ao lado dele, abraçando-o e sentindo sua respiração lerda, sente sua própria pele macia e aquecida pelo banho em contraste com a dele, gelada, arrepiada pelo vento que entra, surge o desejo, ela abocanha um de seus mamilos como quem faz uma oração, suga-o com uma lentidão precisa e acompanha atenta a maneira como ele reage, tudo ali se encerra, neste corpo que relaxa e retesa. Quando ela pára por um instante, pra olhar em seus olhos, percebe que ele caiu no sono.
Uma nova música singra o ar, melancólica. Ela se enrosca nele como pode, puxa seu braço e acomoda sua mão sobre o próprio ventre, quer sentir somente este leve peso, a presença ali adormecida dos dedos no meio de suas pernas.
Lá fora a chuva recomeça, forte. A água respinga pra dentro do apartamento, mas ela já não se importa, e em poucos minutos também está dormindo. "


10:32 da tarde [ por nicole ]





Leiturinhas

Não sei quanto a vocês, mas eu me apaixonei por dois contos que eu vi nesse blog. Simples, mas muito legais...

1:49 da tarde [ por nicole ]




quarta-feira, outubro 23, 2002



Dias estranhos

Outro dia lindo, but weird. Fora da rotina. Chega o momento em que temos que cuidar de nossos pais, a filha vira mãe e do lado de fora da porta bate, incessantemente, a vida adulta te intimando pra fazer parte dela...Não quero ter filhos, cheguei à conclusão de que não posso ter sequer uma planta, pois não consigo cuidar direito. Só pra registrar, já deixei morrer um cactos...deprimente. Definitivamente, não posso cuidar de ninguém.


1:49 da tarde [ por nicole ]




terça-feira, outubro 22, 2002



O dia

Preciso registrar isso: cara, alguém se ligou no dia que fez hoje? Para mim, particularmente, foi o dia perfeito, friozinho, seco, calor gostoso do sol e vento para bagunçar as medeixas...ADORO dias assim! Precisava mencionar isso, mesmo que correndo o risco de parecer infantil, sem nada pra dizer. Acontece que, por um certo período de tempo, não consegui aproveitar essas coisas simples que te trazem prazer. Ficava trancada, numa sala sem janela, com vários outros estagiários aspirantes a advogados, atolada em trabalho, sempre correndo, sempre atrasada, sempre estressada. Quando saía pra rua, ficava apenas cuidando os minutos no relógio e o toque do celular, não via o azul do céu, não me aquecia no calor do sol.
Hoje não, hoje caminhei e esperei sob o sol sem reclamar do ônibus que não vinha, desejando, no fundo, que ele demorasse mais um pouquinho. Hoje não tive pressa, hoje não senti que eu estava perdendo alguma coisa do lado de fora, alguma coisa que eu sequer podia enxergar sem janela...
Suspiros.
O dia foi meio melancólico, sim, e ainda com dúvidas pseudo-existencias, mas durou a exata medida que tinha que durar.


10:03 da tarde [ por nicole ]





Amores

Eu adoro esse meu lindo! Obrigada amor, a vida fica menos difícil contigo por perto...Fica comigo?
5:52 da tarde [ por nicole ]




segunda-feira, outubro 21, 2002



Segunda

Ok, sobrevivemos mais uma segunda-feira, graças à expectativa de chegar em casa, jogar o salto 7cm pro alto e se esparramar no sofá, enquanto as roupas insistem em se acumular nos mais variados cantos da casa. Confesso, sou uma péssima dona de casa, adoro morar sozinha, e descobri que um dos motivos é não precisar dar explicação sobre minha desorganização pra ninguém...Ficar sozinha em casa, hoje a trilha é do Johnny Lang, "Lie to me", que dá vontade de sair dançando sozinha fingindo ser a pessoa mais sexy do mundo. Risos. It´s nice, pena que acaba a música e eu me vejo sozinha, de pantufas, roupa de ficar em casa e unhas cor de vinho, resquício de uma formatura no último sábado. Sozinha, sem namorado, sem pais, sem amigos, hoje eu gosto, amanhã morro de medo de morrer só.
Suspiros. "Você dormiria comigo esta noite?" pergunta Patti Labelle, "Lady Marmelade" é legal nessa versão. Essa noite é especial porque amanhã a casa se enche de visitas, e os domínios da Rainha Nicole serão invadidos, até não se sabe quando, por sua querida mãe e tia. Mas, hoje a noite é só minha. Pra finalizar, "Sex and the city". Sim, eu sei, mais um seriado made in USA ditando moda e magreza. Mas, sei lá, eu gosto de ver um bando de mulher bonita e independente discutindo sexo e relacionamentos nos dias de hoje.
Bye

9:31 da tarde [ por nicole ]




domingo, outubro 20, 2002



Domingo

É bom, ficar escutando Al Green num fim de tarde de domingo chuvoso, sozinha no meu apê. Pode parecer deprimente, mas eu, particularemnte, gosto de ficar solita no meu canto. Moro sozinha, o que, até agora, não é muito um motivo de orgulho pra mim, já que tal fato é apenas possibilitado graças às expectativas dos meus pais, que, no interior, pretendem ver a filha como uma excelentíssima juíza de direito...
ADORO morar sozinha, melhor ainda vai ser quando puder bancar tudo isso com meu próprio esforço. Em tempo, trabalho, sim! Mas ser estagiária de direito é foda, e minhas desventuras nessa atividade vem tomando um parcela considerável da minha vidinha, seja pra odiar, seja pra adorar, parecendo, às vezes, que eu vou ser uma estagiária pelo resto da vida.Ô formatura que não chega!
Voltando ao Al Green, gosto de curtir umas dúvidas morais e existenciais ao som de How can you mend a broken heart, sem nada pra fazer, sem dar mais nenhuma explicação pelo resto do findi, sem arrumar as roupas que se acumulam na cama, apenas esperando aquele "pseudo" negrinho que fiz esfriar na geladeira...

6:32 da tarde [ por nicole ]




sexta-feira, outubro 18, 2002



Muito bem, como sou nova, ainda, nessas lides blogueiras, estou me acostumando com as ferramentas. Em breve, mais latidos.


6:09 da tarde [ por nicole ]




segunda-feira, outubro 14, 2002



Estréia

Hum...então estou iniciando nesse mundo blogueiro. É, vamos ver no que dá.
Em tempo: obrigada amor por me incentivar e ajuda. Não posso esquecedo meu primeiro e único leitor...
2:35 da manhã [ por nicole ]




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