Desabafos e considerações
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Design: Moreno 


quinta-feira, fevereiro 27, 2003



Fala sério

Alguns dias atrás, me surpreendi ao ver que eu estava recebendo cerca de 20 mensagens no meu e-mail. Logo, logo descobri que se tratava de um grupo formado pelo pessoal que fez o mesmo programa que eu na disney. Não sei como meu e-mail foi parar ali, mas, mais a título de curiosidade do que de nostalgia, resolvi continuar fazendo parte do grupo por mais alguns dias. Definitivamente, sou um ET perto de todos aqueles que escreveram contando suas aventuras nos "esteites", relatando como sentem saudades de tudo e de todos, e como viveram os melhores momentos de suas vidas. Bom pra vocês, mas, cara, eu não sinto isso.
O pessoal está tratando de se encontrar para festas, "baladas", carnaval e afins...Aí eu penso: minha vida hoje está se resumindo a passar a maior parte do dia no hospital com minha mãe, sem a menor previsão de alta, dando uma de enfermeira enquanto que eu queria mesmo era estar trabalhando num estágio legal. Só eu e ela, mal consigo dormir em casa, o que dirá ver meu namorado, ou, ainda, sair à nopite. Lendo tudo aquilo, me sinto tão distante deles. Bem que eu queria passar o carnaval em Santa Catarina, no Rio ou na Bahia, mas sequer tenho grana pra isso, mesmo que estivesse disponível. Não, não estou reclamando da vida, "oh vida, oh céus". Só acho interessante ver como pessoas tão diferentes, vivendo situações diferentes, se encontraram num certo momento de suas vidas e tiveram que conviver juntos.
Voltando ao grupo, definitivamente não dá pra querer, entulhar minha caixa de entrada com recadinhos sobre "baladas" e viagens, como se tudo fosse tão fácil assim na vida, não algo que vá me acrescentar muito nesse exato momento.
Citando o mestre: "Acho que não sei quem sou, só sei do que não gosto, nesse dias tão estranhos, fica poeira se escondendo pelos cantos. E esse é o nosso mundo, e o que é demais nunca é o bastante , e a primeira vez é sempre a última chance. Ninguém vê onde chegamos, os assassinos estão livres, nós não estamos". Eu sei bem onde chegamos, onde eu cheguei, por isso meu desânimo com a vida em certos momentos.





11:03 da manhã [ por nicole ]




quarta-feira, fevereiro 26, 2003



Saudades de lá

Uma das coisas que eu vou sentir falta da viagem é quando alguns amigos iam lá pro meu apê e ficavam por lá, a gente ouvia música, conversava, bebia, alguns se beijavam, outros, como eu, comiam, sempre comendo...Sentirei saudades de ficar ouvindo o Vinícius de Moares falando de amor e de dor, da Elis, e de toda MPB que os levaram pra gente escutar.
Como disse a Elis, e eu nunca vou esquecer desse dia, nem da frase: amor bom é aquele que dói.
1:17 da tarde [ por nicole ]





De volta pra casa

Se viajar foi bom, voltar para casa foi melhor ainda. Como é bom reencontrar os entes queridos e despejar todas as novidades e acontecimentos, mesmo que eles nem queiram ouvir tanto assim. Nunca vou esquecer da sensação de ver e abraçar meu namorado novamente. Como foi bom...Eu falo principalmente dele porque foi a pessoa de quem mais eu senti falta nessa viagem. Senti saudades da família e amigos, mas sentir falta mesmo, foi dele. Falta do cheiro, falta da pele, do corpo dele ao meu lado de noite na cama, falta de sentir a barba por fazer, do gosto dele...Falta de todas as pequenas coisas que eu me acostumei, mas, principalmente , que eu amo nele e no nosso namoro. Sei que isso tá parecendo muito love story, descupem-me o mel escorrendo nas palavras, mas pela primeira vez eu senti essa falta física de alguém, essa saudade que a gente sente também no corpo, não só no coração, saudade que chega a doer.
Voltar foi bom, muito bom. Mostrar as fotos explicando cada detalhe, deve ser muito chato pra quem vê, mas eu adoro!
Voltei, pras minhas aulas na faculdade, pra esse calor infernal, pra bagunça do meu apartamento.
Voltei também pros problemas, pra segurar a barra de mãe doente, pra minha indecisão quanto ao meu futuro profissional, voltei pro meu desânimo quanto à perspectiva de ter que trabalhar como estagiária novamente e voltar a me sentir sugada e exausta, voltei pro fantasma de acabar a faculdade e pensar que eu não sei nada de direito...
Voltei pra tudo isso e fiquei feliz, muito feliz.
Vai se levando, vai se levando.




1:11 da tarde [ por nicole ]





Paraísos artificiais

A Disney é um paraíso, sim, mas um paraíso que cheira a hidratante de maça e tem gosto de suco de laranja Tang, ou seja, artificial. É bonito, é divertido, é legal, mas não é pra mim. Um lugar construído sob a aparente filosofia de criar um lugar mágico, de diversão e felicidade para as famílias, das crianças aos pais. Mas, no fundo, é só um ode ao consumismo, ao artificialismo, ao umbiguismo. As pessoas se isolam nessa ilhas mágicas achando que isso é o melhor que a vida pode proporcionar, e comprar. Não culpo as pessoas comuns por adorarem a Disney, mesmo por idolatrarem. Não culpo. Mas, vindo de um lugar diferente como eu, percebi que são uns coitados por sequer imaginarem lugares como os que existem em outras partes no mundo. Lugares que eu preferiria conhecer e estar. Pode parecer aquele velho clichê, mas o Brasil mesmo tem lugares tão lindos, tanta natureza pra se conhecer, tantas praias naturais, com areia de verdade, ondas de verdade, que eu trocaria por qualquer parque aquático da disney.
Falso, essa é a palavra que usaria pra resumir aquilo lá. Além disso, eu nunca seria feliz trabalhando lá,, independente da função a ser exercida. Não concordo com a filosofia nem com a lavagem cerebral que fazem nas pessoas, não concordo que se use a palavra "felicidade" e "família" para criar um lugar que significa, em último caso, exclusão, que uma ínfima parcela das pessoas pode desfrutar, cujo objetivo, no fim, é apenas o lucro. Não que esteja errado em querer obter lucro financeiro com o negócio, afinal, esse é o fim precípuo. Só não concordo com a filosofia que reveste a atividade, e que forçosamente eles tentam nos incutir.
Além disso, se isolam do resto do mundo, tomam aquilo como padrão de lugar, diversão e família, esquecendo do mundão que nos cerca. Eu, que já me achava uma merda por não me imaginar fora da redoma que me cercava, me sinto mais aliviada agora.
Quer saber? Tô cagando e andando praquele lugar...desculpem a expressão, mas é bem isso. Nem devia estar falando tanto disso assim.
Pra lá eu não pretendo voltar. Conheci, vivi, valeu.
Agora é encarar o resto do mundo, quando eu estiver bem segura disso, claro, hehehe.



12:58 da tarde [ por nicole ]





A volta dos que não foram...

Pois é, ao contrário do que posso parecer, a dona deste humilde blog não sumiu pelos corredores da disney, nem decidiu levar a vida nos "esteites" não. Muito menos desistiu de colocar suas considerações na rede, mesmo que ninguém as leia. Foi um longo tempo sem qualquer manifestação causado pela falta de tempo, alguns empecilhos ao longo do caminho e, claro, por preguiça mesmo.
Bem, como começar? Pelo fim, claro, pelo fim das minhas desventuras na terra do valdisney.
Ficar doente, longe de tudo e de todos, minou minhas forças e ânimo. Só pensava em voltar pra casa. Com uma vontade beirando o desespero, consegui ir até o aeroporto de Orlando trocar a data de retorno da minha passagem para alguns dias antes do previsto. A ironia é que fui junto com minhas roomates que foram comprar a passagem delas para a Califórnia, um lugar que sempre sonhei em conhecer e ir, assim, sem rumo...Naquele momento percebi claramente o abismo que existe entre a pessoa que eu sou e a que eu queria ser. Não senti a menor inveja delas, não senti a menor vontade de ir para a Califórnia naquele momento. Só pensava nas coisas que eu deixei aqui (faculdade, namorado, família) e como eu queria voltar pra elas.
Assim, fui levando minha vidinha de proletária da disney, fazendo meu trabalho, escrevendo e-mails pro meu namorado, e procurando dormir o máximo que eu podia. Cada vez mais eu via como eu não estava no mesmo clima que os outros.
Claro que consegui fazer algumas coisas que eu sempre quis, como ir no Busch Gardens e Island of Adventure me acabar naquelas montanhas russas gigantes, uma das melhores sensações que eu já experimentei. Fui também no Cirque du Solei, cujo espetáculo eu simplesmente não tenho palavras para descrever, a não ser maravilhoso, emocionante. Acho que valeu toda a viagem.
Quero deixar bem claro que a viagem valeu muito a pena, foi muito bom me ver naquela situação, aprendi muitas coisas sobre mim mesma. Só que eu acho que minha experiência foi diferente dos outros, não foi 100% prazerosa, mas, repito, foi muito importante e não me arrependo um minuto de ter viajado.
Valeu para reforçar algumas crenças que eu tinha também, principalmente sobre a disney. Definitivamente eu não vou levar meus filhos lá...



12:56 da tarde [ por nicole ]




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