"O tempo destrói tudo" - "Irreversível" não combina com pipoca
Ontem tive a oportunidade de assistir ao filme “Irreversível”. Eu e meu namorado já havíamos lido comentários acerca do filme há um ano, tomando conhecimento do mesmo através do Daniel Galera. Até tentamos baixá-lo na Internet, mas acabamos desistindo da idéia e, até ontem estávamos aguardando uma oportunidade para assisti-lo. Eu não sou nenhuma crítica de cinema, nem pretendo ser, tampouco pretendo criticar o filme, até porque o Galera já fez isso com maestria. Todavia, eu preciso escrever algumas linhas sobre o que eu pude ver, pois eu preciso espantar os demônios que estão na minha cabeça desde que saí do cinema. Eu já conhecia a história do filme e, portanto, já esperava as cenas chocantes que eu iria ver. Graças a isso eu acredito que pude agüentar todo o filme sem fechar os olhos ou sair da sala, do contrário, não sei se agüentaria o choque. Ser bem mulherzinha tem disso. Achei o filme genial, deveras interessante e brilhantemente construído. Acredito que eu não saberia dizer pra uma pessoa “tu vai achar o filme bom, ou ruim, ou médio”. Parece que esses adjetivos não combinam, porque cada um deve tirar a sua lição pessoal do que viu, independente se gostou ou não. Além disso, é bom desde já dizer que não é um filme de puro entretenimento e diversão. É um filme muito provocador e que subverte alguns conceitos, sejam cinematográficos, sejam do espectador, cujo limite é testado à exaustão. Pipoca, definitivamente, não combina. Eu, por exemplo, cheguei a sentir náuseas. Mas importa lembrar que a arte, seja ela cinema ou outra forma de expressão, não é só pra entreter, embelezar e divertir. Arte também é feita pra fazer pensar, ousar, romper limites e polemizar. Mostrar outras visões sem soar maniqueísta e determinar o que é certo e errado. O filme foge justamente dessa dicotomia entre bem e o mal, mostrando a que ponto as pessoas podem chegar , instigando no espectador as perguntas: ele tem o direito? Isso se justifica? Primeira coisa que se nota, nas cenas iniciais, é o movimento da câmera, que mais parece com as câmeras daquelas reportagens em que o cameramam tem que sair correndo atras da imagem e do repórter, em que as imagens são mostradas de todas as formas, e não apenas parada. Assim, a câmera vai atrás dos personagens na sua corrida frenética pelo submundo, pelo inferno urbano. Mais adiante, pode-se perceber que a câmera é apenas uma extensão dos sentimentos dos personagens e do seu estado de espírito, acompanhando a vertigem e a insanidade a que os mesmos são acometidos. A cena do extintor de incêndio é realmente chocante, o meu primeiro sentimento foi torcer para que houvesse um corte na cena e a gente só pudesse ver o rosto da vítima ensangüentado após a agressão. Mas isso não acontece. A cena parece longa, muito longa, e a cada baque do extintor no rosto da vítima soa como uma pancada na tua cabeça. Parece que tu sente o impacto, só falta sentir a dor também. No começo, tudo é vertiginoso, rápido demais, tu não tem tempo de pensar direito no que está acontecendo, mas, conforme o filme se desenvolve, eu acabei por achar a cena coerente com todo o resto do filme, cujas cenas são filmadas em seqüências sem cortes, numa tomada única, exigindo uma atuação magistral dos atores, que em nenhum momento deixam a desejar. Porém, o que mais me incomodou mesmo não foi a cena do extintor, até porque tu “torce”, de certa forma, mais pelos personagens agressores do que pelo agredido. O que me incomodou mesmo foi a cena do estupro, violência essa que por si só já é um pesadelo na vida de qualquer mulher. Essa violência sendo mostrada pela Monica Belluci fica pior ainda. Novamente, percebe-se que a cena não é exagerada, mas é extremamente coerente com o filme, pois ocorre igualmente sem corte como todo o resto. Pra mim, foi um dos momentos mais intermináveis num filme. A sensação é de que dura horas, e no fim, parece que teu cérebro foi surrado e violentado. Não tem como fugir. O diretor te pega pelo braço e diz: agora tu vai ficar aqui de olhos abertos vendo tudo. Ele te obriga a sentir a dor. Tu olha para o lado e não tem como escapar, o sofrimento da personagem só vai aumentando e tua angústia também. As pessoas se remexem nas cadeiras, olham pro lado, tossem, mas nada ameniza o que sentimos. Novamente, eu rezava para que a cena acabasse logo, mas ela parecia cada vez mais longa. Tu te sente como se estivesse ali, do lado da personagem, e não pode fazer nada. Esse sentimento de impotência diante do sofrimento dos outros é jogado na tua cara sem qualquer piedade ou eufemismos. Por um momento na cena, surge uma testemunha do estupro e tu pensa: ufa, ela vai ser salva. Mas não, num toque de sutileza do direitor, a pessoa vai embora, deixando a personagem sofrer cada vez mais. Mundo miserável, era ó que eu pensava. Quando tu pensa que o pior acabou, as agressões à personagem continuam, na segunda pior agressão que (eu acredito) uma mulher pode sofrer depois do estupro: o rosto. A face da qual tanto cuidamos. Pois é ela o alvo das novas agressões. Nessa hora, teve gente que foi embora do cinema, e eu bem que me senti tentada a segui-las. Não porque não estivesse gostando do filme, mas pra fugir daquela sofrimento todo. Quase fui covarde, mas agüentei. E valeu a pena. Aliás, se tu fores ver o filme, tem que ficar até o fim, pois o fim é um curativo para as feridas causadas no início.
A cena final não pôde deixar de me lembrar o meu namoro, quando o casal de namorados acorda de forma preguiçosa e brincalhona, tirando sarro um do outro de forma carinhosa. Consegui ver eu e meu namorado naquela cena perfeitamente, a preguiça, as brincadeiras, os beijos, tudo, com exceção da nudez dos personagens, pois eu não tenho o corpo da Monica pra sair desfilando pelada pela casa. A cena pode remeter a qualquer casal, a uma situação extremamente cotidiana, mas muito feliz, e que tu só vai perceber o quão feliz era quando alguma coisa ruim acontecer. Felicidade poderia ser o nome da cena, coroada de forma brilhante com a suspeita de gravidez da personagem. Ou seja, depois de ver o que de pior pode existir num ser humano, tu vê a possibilidade de ser gerado um outro ser, com toda a esperanças que recaem sobre uma nova vida, terminando o filme de forma poética e idílica, mostrando a personagem num paraíso que pode haver na terra em certos momentos. Assim, o filme vai do inferno ao paraíso, amenizando o sofrimento inicial causado, deixando os espectadores um pouco mais leves, com a sensação de que nem tudo está perdido, de que há ainda coisas boas e belas no mundo, há amor e não só a maldade pura. Isso é uma brisa, finalmente tu volta a respirar normalmente. Ocorre que o filme é contado e trás pra frente, e tu sabe que para os personagens, o caminho é o inverso do que vimos, ou seja, eles vão do paraíso para o inferno, e tu pensa que o sofrimento para o espectador foi amenizado, mas para os personagens não tem escapatória, é só uma questão de tempo. Shit happens, como me disse um amigo meu, de forma resumida e pragmática sobre uma coisa horrível que tinha acontecido a uma amiga minha que de forma alguma merecia tal sofrimento. E eu me lembrei perfeitamente da frase: shit happens a boas pessoas, e não há nada que se possa fazer. Eu acho que é impossível tu sair de forma passiva do cinema após assistir um filme desses, tu até pode odiar, achar de uma violência gratuita e desnecessária, mas causa um turbilhão nas tuas idéias. Eu não achei, achei coerente com toda a proposta do filme, mas que é pesado, isso é. No caminho de volta para casa, eu não conseguia falar nada, o percurso foi feito em silêncio, eu até queria falar alguma coisa para espantar as coisas ruins que eu sentia, a raiva contra aqueles que podem te fazem sofrer como fizeram os personagens do filme sofrer. Mas não consegui olhar pro meu namorado e perguntar: e aí, achou legal o filme? Simplesmente não deu. Hoje agente até conseguiu trocar algumas impressões, mas foi tarde demais, os pesadelos durante a noite já tinham me assombrado.
Hoje eu descobri que mais uma pessoa que eu conheço está grávida. Mais uma guria que está esperando um bebê sem ter planejado isso. Na verdade, não se trata de uma menina, nem de uma adolescente, mas de alguém que já passou dos 20 anos e, teoricamente, deveria saber de onde vêm os bebês. Fico impressionada com a quantidade de pessoas que engravidam sem querer, sem planejar. Eu acho que, no fundo, sou meio diferente de todas que me cercam. Eu sempre tive muito claro que se engravida através do sexo. Isso parece meio óbvio, mas para algumas pessoa nem tanto assim. Mesmo usando a proteção devida, eu sempre tive consciência de que, ao fazer sexo, tu tens uma chance de engravidar, que nenhum método é 100% seguro e que basta uma simples vacilada pra ganhar um nenê daqui a 9 meses. Ao lado disso, sempre tive muita consciência da responsabilidade que é gerar e colocar um filho no mundo. Sempre tive muita consciência do quão difícil pode ser criar alguém, o quão difícil pode ser querer dar tudo para seu filho e não conseguir. Sempre tive consciência de que ter um filho implica em tu ter que deixar de ser, obrigatoriamente, uma pessoa individualista e egoísta, pois ter um filho significa colocar alguém em primeiro lugar, antes mesmo de ti. Filho significa mudanças profundas e abdicações, sempre soube como uma vida se transforma com a chegada dele, sempre tendo a consciência de que, dependendo da tua idade, essa conseqüências podem ser multiplicadas por 100, e que uma adolescência se transforma em vida adulta, que se perde a chance de ser um pouco mais criança e irresponsável até a vida adulta nos chamar para a inexorável responsabilidade e expectativas que recaem sobre a gente. Sabendo e lembrando de tudo isso, sempre tomei o maior cuidado quando se tratava da possibilidade de engravidar. Afinal, ter filho já não é fácil quando se quer, se planeja e quando se tem estrutura, imagina sem nada disso? Até algum tempo atrás, eu acreditava que nem teria filhos, que nunca estaria preparada pra ser responsável por outro ser humano. Hoje eu ainda tenho minhas dúvidas em colocar outro ser nesse mundo, que só tende a piorar. Tenho minhas dúvidas sobre minha capacidade de desenvolver alguém de forma sadia e completa. Isso sem falar na falta de estrutura material, quando eu ainda nem estou formada, não tenho independência financeira e nem sequer viajei pela Europa de mochila ainda. Memso que pudesse dar toda as chances para meu filho crescer e se desenvolver, ainda assim teria minhas dúvidas sobre ter um bebê ou não. Então, sabe o que eu faço? Eu sou paranóica! Sim, eu me cuido muito, procuro ser o mais cuidadosa possível quando se trata da possibilidade engravidar, não esqueço a pílula, uso camisinha se eu não tomei, ou não transo, ou tomo pílula do dia seguinte se eu esqueci. Faço o que é necessário e mais! Tenho até medo de trocar de pílula, pois já soube que o período de adaptação na troca de pílulas pode ocasionar uma gravidez. Enfim, preocupação é pouco. E novamente eu vejo outra mulher engravidar. Uma mulher que está cursando a faculdade, mora com os pais, não ganha seu sustento, uma mulher que é esclarecida acerca dos fatos da vida e que tem meios de acesso a métodos anticoncepcionais. Aí pergunto: o que as pessoas fazem pra isso ocorrer? Esquecem a pílula? Isso sem falar na camisinha, pois transar sem camisinha com alguém cujo passado sexual não se conhece e confia é pior ainda. Pô, a cartelinha tem ali todos os dias marcados justamente pra ver se não faltou tomar algum dia, além disso, tem pílula do dia seguinte. E olha que nem sempre se engravida quando se esquece de tomar o anticoncepcional só um dia, às vezes tem que deixar de tomar dois ou três para acontecer algo. E mesmo assim as pessoas engravidam sem querer. No fim, eu acredito que as coisas acabam bem, ter filho deve ser igualmente maravilhoso e nos dar uma outra dimensão do sentido de viver nesse mundo. Eu acredito nisso, passado o choque dos futuros pais, das famílias, o sorriso de um bebê é um anestésico e deve compensar as dificuldades. Não julgo a pessoa decidir ter o bebê, mas eu ainda não entendo como pode haver tanta falta de cuidado por aí. Não estou julgando, eu só não entendo. E, nesse caso, penso no pai, que muitas vezes se preocupa com a prevenção, mas confia que a namorada toma a pílula todo o dia. Viram meninos? Não dá pra largar tudo na mão do outro, não custa perguntar se a tua namorada já tomou a pílula nossa de todo o santo dia, não custa, não custa usar a camisinha em caso de dúvida. Os dois devem ficar preocupados, na distração de um, o outro está ligado.
Talvez um dia eu acabe me traindo, e mesmo com tantos cuidados eu acabe engravidando sem planejar, talvez. Não se sabe, “acidentes” acontecem. Mas, por enquanto, eu continuo fazendo de tudo para me cuidar ao máximo, para poder dormir tranqüila sem ficar esperando a menstruação vir. Se é para eu ter filho, que seja muito desejado, muito querido. Ser meio paranóica com relação à proteção já me causou algumas angústias exageradas, mas acho que cuidar mais do que menos ainda é melhor.
Hoje eu debutei na grama do Parcão. Nunca tinha ido curtir um dia ensolarado no "point" mais concorrido dos domingos à tarde pela juventude dourada de Porto Alegre, aquela que é bonita, cursa faculdade, usa roupas da última moda, cujo uniforme básico se constitui em usar um par de óculos escuros muito caro e um cachorro na coleira. Nesse último quesito tu pode optar entre o tipo "cachorrinho fofinho" ou "cachorrão fortão", cujo exemplar predominante é o nosso "querido" pitt bull. Sim, pela primeira vez fui "tomar chimarrão no Parcão" atendendo ao convite de uma amiga que "precisava conversar". Chimarrão com direito a sentar no chão e tudo, só faltou o cachorrinho. Como meu namorado expressou muito bem, aquilo lá é a "balada" dos domingos à tarde ao invés dos sábados à noite. Ai, ai, ai... Se tu tem o mesmo problema que eu, qual seja, simplesmente MORRE de medo dessa raça chamada pitt bull, é bom ficar bem afastada do Parcão nesses dias ensolarados, tendo em vista que o local se torna o ponto de encontro dos bichinhos e dos seus donos. Falando um pocuo desses bichos, eu até posso estar errada e mal informada, mas eu acho que as pessoas que adotam um pitt bull não o fazem pensando na sua segurança em primeiro lugar, nem em ter um bicho de estimação. O tal cachorro bravo se transformou num estereótipo que transforma seus donos em fodões lutadores de jiu-jitsu. Ou seja, o cão bravo mostra que tal cão, tal dono. Ter um pitt bull dá status, e o que me dá medo é pensar que esses cachorros estão nas mãos de pessoas que não talvez saibam lidar com tal criatura. Eu não acredito que tal raça possa ser tão dócil quanto um beagle, e que sua conduta depende apenas da sua criação. Tenho medo da banalização do uso dessa raça como símbolo de ter colhões. Posso até chegar perto de um pitt bull cujo dono é um treinador, mas de qualquer outro, nã nã não. Eu atravesso a rua, pode o bicho estar atrás de grades ou na coleira. Eu atravesso rua, dou meia volta, saio de fininho. Não chego nem perto do cão. Então, ir no Parcão atualmente, é uma coisa que não é muito aconselhável pra quem não pode estar a 10 metros desse animal.
Todavia, não é por isso que não gostei da minha estadia no badalado ponto de encontro. Não sei explicar direito, mas me senti um peixe fora d´água, totalmente deslocada. Prefiro mil vezes o brique da Redenção ao meio-dia se for pra tomar sol. Parece um lugar bem mais "democrático", bem mais aberto a qualquer tipo de pessoa, seja de que idade for. Deixo o Parcão para as "bonitas" com cabelos loiros e para os rapazes com seus cachorrinhos.
Hoje a faxineira veio fazer a super-ultra limpeza anual do apartamento. Coisa boa, chão limpo cheirando a Ajax e banheiro a pinho sol...
Agora com meu novo paitrocínio, vou poder sentir esse prazer uma vez por mês! Sim, minha super-ultra faxina anual foi promovida ao status de mensal! Alguém atendeu às minhas preces. Meu apartamento até pode estar caindo aos pedaços, com toda parede do meu quarto infiltrada e com meus buracos na parede do chuveiro, mas pelo menos vai tombar limpinho. Oba!
Daqueles momentos a felicidade está nas pequenas coisas.
De todos os escritórios nos quais já trabalhei, definitivamente esse é o que me alcança uma das vistas mais bonitas que se pode ter. Fica difícil se concentrar no computador quando ele fica na frente dessa janela enorme... Depois de ficar muito tempo enfurnada em salas escuras, e até sem janelas, sem saber se era dia ou noite, se chovia ou fazia sol, eu me sinto realmente feliz em poder contemplar essa vista. Tá certo que a paisagem é basicamente composta de edifícios, mas poder chegar de manhã no escritório, abrir as venezianas e ser inundada pelo sol que entra, esquentando a sala nesse dia frio, é uma sensação muito boa, pelo menos para mim, pois um dos meus maiores prazeres é poder ficar debaixo do sol num dia assim frio... Legal trabalhar em um lugar onde eu não preciso ir pra rua pra sentir o sol.
Apesar do sono, agora estou feliz de estar aqui trabalhando na companhia do astro maior.
O diálogo, de forma resumida, deu-se mais ou menos assim:
- Tu já teve vontade de me trair? (Variante: tu já me traiu ou está me traindo?)
- Não, é tu que eu amo.
- Eu sei, mas tu pode sentir vontade de me trair um dia, pode se sentir atraído por outra pessoa.
- Bem, mas isso também pode acontecer contigo.
- Não, comigo isso nunca vai acontecer. Eu sei.(...) Se tu me trair, eu te mato, viu. (Variante: eu vou te odiar pro resto da vida, nunca mais falo contigo, ou, o melhor de todos, tu vai me perder como pessoa pra sempre)
Vendo o “Último Beijo” no último sábado de calor infernal que se abateu sobre essa cidade, ao ver tal cena, eu e meu namorado começamos a rir. Eu acabava de descobrir que sou um clichê feminino ambulante, eis que o diálogo reproduzido acima pode ser tido como cópia fiel de muitos diálogo travados ente nós dois, com as variantes acima mencionadas. Quem começa a falar sobre isso? Óbvio que sou eu. Foda, sou uma namorada clichê ambulante. Isso sem contar a clássica cena em que o casal está junto e, durante aquele silêncio, a “mocinha” faz a inevitável pergunta: em que tu tá pensando amor????” Nessa primeira cena do filme, quando meu partner olhou pra mim e riu, como se dissesse: já vi esse filme, eu já deveria ter percebido o tamanho do clichê que eu sou.
Na primeira vez que fui procurar apartamento para morar sozinha, aqui em Porto, minha mãe me deu o seguinte conselho: olha bem para ver se não existe uma infiltração, porque depois, ninguém resolve esse pepino. No primeiro apartamento em que fui morar, tudo parecia perfeito, até que uma infiltração resolveu aparecer no banheiro no meu 2° mês de moradia. Fiquei nesse apartamento por quase 3 anos, e o problema nunca foi resolvido. O vizinho de cima mexeu, mexeu e mexeu nos seus azulejos, e sempre dizia que não havia qualquer vazamento. Vários “técnicos” foram ver o problema e as respostas nunca chegavam a um consenso: ora era problema do prédio, ora do vizinho de cima, ora de não sei o quê... Esse foi um dos motivos que me levaram a procurar outro apê para morar. Mudança feita, adivinha o que me aparece no 3° mês? Uma bolha na parede do meu quarto! O pior que dessa vez começou na parede lateral mesmo, e não no teto, e da parede foi se espalhando para cima, pelo teto do banheiro e pelas paredes do corredor. Novamente, várias pessoas vieram ver o problema e sempre discordavam acerca da causa: ora era problema do vizinho de cima, ora da coluna do prédio. Só sei que se passaram 9 meses até que o problema fosse aparentemente solucionado. Digo aparentemente, pois 2 meses após minha linda pintura nova, branquinha, começou a inchar em bolhas novamente. Isso foi em fevereiro desse ano, acha que já consertaram o problema? Hahahaha. Nesse exato momento está lá no meu banheiro o sr.-quebra-azulejo detonando a parede do box do chuveiro. Só escuto o barulho do martelo batendo e os azulejos se despedaçando no chão. Ui! Nesse exato momento eu acho que caiu minha parede inteira. O melhor de tudo é que tal quebra-quebra pode, vejam bem, pode não demonstrar de onde vem o problema, e aí meus caros, eu vou ficar com um buraco na parede, um buracão, pra falar a verdade, sem azulejos, vazando água sabe-se lá de onde até que a imobiliária-do-inferno consiga ver de onde vem essa maldita infiltração. Sim, longas noites estão por vir com meu quarto, logo meu quarto, cheirando a cimento molhado, aquela umidade “gostosa” no ar. Só faltava eu ter algum problema respiratório, aí sim, não me faltava mais nada. Nem ligo mais para a questão estética, já me acostumei com minha parede toda molhada, cheia de bolhas, do teto ao chão, com o cimento aparecendo onde a tinta caiu. Só me incomodo, ainda, com os farelos de tinta que caem de hora em hora no chão, com a areia que cai na minha cabeça quando eu sento na privada, e com os pedações de tinta que caem do teto e fazem a tarefa de entrar no banheiro uma aventura, tu nucca sabe quando vai ser atingido. Isso me incomoda ainda, um pouco, pois acho que se ficar mais um ano assim eu vou começar a pensar que é normal essa vida.
Definitivamente, eu perdi a fé nesse engenheiros. Cacete, o que se ensina nas faculdades de engenharia??? Porra meu, quando é que vão construir uma coisa que não seja sujeita à infiltração? Isso, pra mim, é combinado entre os engenheiros e as empresas de impermeabilização, técnicos hidráulico e afins... Só pode. Não pode existir tamanha incompetência! No próximo apartamento em que eu morar, se eu conseguir ficar 3 meses, digo 3 meses sem infiltração na minha vida, já será um recorde. Esse, agora, é meu objetivo de vida. Acabei de ver o buraco que fizeram no meu box, dá vontade chorar...
Dez vez em quando eu tenho que ir no cabelereiro pra cortar aquelas malditas pontas duplas que insistem em aparecer no cabelo. Afinal, começa a ficar cada vez mais difícil desembaraçar os nós duarnte o banho, também começo a gastar mais condicionador (que está muito caro) e a ter que varrer a casa mais seguido por causa do fios que caem ao me pentear. Bem, independente do motivo, a verdade é que, de vez em quando, temos que cortar os cabelos. E por mais que nós, mulheres, ficamos inclinadas a dar uma mudada "de leve" no visual, quando as tesouras se aproximam a gente SEMPRE acaba dizendo: eu quero cortar APENAS as PONTINHAS, pois estou deixando o cabelo crescer. Mas, por que acabam SEMPRE cortando mais do que SÓ as pontinhas? Por que tu sai com aquela sensação de que "tosaram meu cabelo"? Por que tu SEMPRE acaba desanimada por perceber que esses últimos 5 meses acabaram não acrescentando nem mais um centímetro ao teu lindo cabelinho? Eu não sei quanto às outras mulheres, mas eu SEMPRE tenho esse problema.
Além disso, existe aquela outra situação, em que tu chega no cabelereiro e diz: quero meu cabelo IGUAL ao dela, mostrando uma foto e/ou pessoa com o corte desejado. E por que, oh por que, NUNCA acaba ficando realmente IGUAL ao que tu queria? Tudo isso me vem à mente, pois eu achei que meu cabelo estava meio sem graça, sabe, aquele corte quase inteiro, meio pesado, a grande testa branca com espinha sempre aparecendo, então resolvi que, além de cortar as PONTAS, ia imitar a minha irmã e cortar franja igual a dela. Resultado: pareço uma Fernanda Lima fasificada. Claro, sem o rosto dela, sem o corpo dela e sem o cabelo liso dela. Aí me pergunto novamente: por que tu acaba SEMPRE dizendo para a pessoa que cortou: é...ficou legal mesmo, gostei...
Eu tenho um problema com cabelereiros, eu admito. Quem segura aquela tesoura não sabe o poder que tem sobre a auto-estima de uma mulher. E isso que eu ainda não falei do meu problema com maquiagem feita por outras pessoas, nossa... mas esse drama fica pra outro post.
Ao contrário do que possa parecer, eu não vivo comprando sapatos, vestidos ou indo ao cabelereiro, não senhor! Só precisava desabafar sobre minha última experiência em cortar cabelo após 5 meses sem fazê-lo. Acho que vou ficar um ano dessa vez. Na verdade, eu só decidi cortar "as pontas" porque meu condicionador estava durando muito menos do que deveria, e gastando muito tempo na hora de tirar os nós com o pente. Como eu tenho mais coisa a fazer do que ficar gastando dinheiro em "creme rinse" e meu tempo penteando cabelos, decidi que era hora de aparar as pontinhas. Só não precisava ter inventado, na hora, de fazer esssa franjinha. Para finalizar o "drama", meus pais acharam uma graça o corte, disseram que eu fiquei mais guria ainda. Aí sim, fiquei indignada e disse: mas eu não sou mais guria, já tenho 25 anos na cara, a intenção do corte era justamente contrária!!! Eles só riram de mim. Será que aguém vai, um dia, me levar a sério?
Meu pai, após 17 anos separado da minha mãe, arranjou uma namorada. Não que ele tenha se mantido no celibato todos esses anos, acontece que pela primeira vez ele se envolveu com alguém a ponto de assumir o relacionamento e de apresentar esse ente para as pessoas mais importantes da vida dele: eu e minha irmã. Sempre quis que meu pai arranjasse uma namorada, sempre desejei que ele e minha mãe pudessem refazer a vida amorosa dos dois, pois acho importante ter um companheiro para compartilhar as coisas da vida, poder seguir em frente após a quebra de um casamento que foi supostamente feito para durar pra sempre. Assim, quando eu notei que meu pai estava saindo com alguém, o encorajei e fiquei feliz por ele. Só que as coisas não são tão simples assim...
Tenho que confessar que foi estranho conhecer a “namorada do papai”. Ora, trata-se de uma mulher muito mais nova que ele, 23 anos para ser mais exata, uma mulher jovem, bonita e até mesmo moderna, moderna no sentido de ter gostos muito mais parecidos com os meus do que com os dele. É estranho ver essa “moça” chamar meu pai de amor, ficar dando beijinho na boca dele e dizendo com que roupa ele fica mais "bonito". Nada contra. Mas, afinal, meu pai está namorando caramba! Ainda não sei se superei a surpresa inicial, só posso dizer que fico feliz por ele, do fundo do coração, pois logo se vê quando alguém está entusiasmado com uma paixão nova. Porém... é estranho ver pais namorando! Principalmente para mim, pois não lembro dos meus pais trocando carinho, juras de amor ou beijinhos. Eles eram apenas...meus pais. Lembro da convivência cordial até a coisa toda degringolar. Não peguei a fase romântica do casamento. Então, é diferente presenciar toda essa troca da amor do meu pai com uma pessoa alguns anos mais velha que eu. E olha que eu sempre me achei “muderna”, risos. Na verdade, já foi um choque descobrir que pais fazem sexo. Sim, porque pais não fazem sexo, não consigo imaginar isso, ainda mais um com outro!!! Perceber que teu pai está apaixonado por alguém é igualmente chocante. Imagino que deva ser assim ao descobrir que tua filhinha já está transando com o namoradinho. É, os pais também crescem, o que eu posso fazer? Posso apenas dar conselhos e tentar orientá-lo nessa nova jornada da vida dele chamada namoro. A gente cria os pais pro mundo, eu sabia que ele não ia ser meu papaizinho querido pra sempre, mais dia ou menos dias viria uma estranha conquistar o coração dele também. Só te digo umas coisinhas pai: cuidado, os assuntos do coração podem machucar muito, seja sempre tu mesmo e não deixa ela se “aproveitar de ti”, afinal, não é o que tu sempre falou pras tuas filhas?
Seja feliz.