Tanta água anda rolando nessas cachoeiras da vida (brega) e eu nem comentei no blog: me formo no dia 13/02/2004, cai numa sexta-feira, superticiosos se cuidem! Pois é, o lugar da festa já está definido, a roupa comprada, o sapato da cinderela também. Faltam pequenos detalhes, como encomendar os arranjos de flores das mesas e ver se algum fotógrafo quer clicar minha beleza quase de graça, para evitar a falência iminente do meu pai. A ficha começou a cair quando a gente tirou as fotos para o convite, com toda a toga que tem direito. Apesar daquele "babeiro" apertando o pescoço, gostei de vestir uma toga. Pois hoje mais uma ficha caiu: fui buscar os convites. Ficaram muito legais, com toda aquela coisa de faculdade de direito, mas com um toque personalizado da minha turma. Sim, porque agora eu já chamo de minha turma. Os preparativos para uma formatura unem qualquer mortal. Bem, os convites estão prontos, lá em cima da mesa, amanhã vou comprar a tradicional caneta prateada para escrever no envelope. Vai ficar bonito. E eu saí bem na foto. Amanhã de noite começo a escrever 70 convites... Acabaram-se as provas, os trabalhos, aula só se eu quiser pegar o finalzinho da matéria. Nesse quesito, a ficha ainda não caiu. Ainda não me dei conta que fiz minha última prova da faculdade de direito, que entrei lá pela última vez como estudante de terceiro grau, que algumas pessoas eu não vou ver novamente. Isso ainda não caiu...
A música, parte fundamental do evento, também já está definida. Qual foi escolhida? Surpresa, com exceção do meu namorado, só na hora H vocês vão saber. Desgraçado, conseguiu arrancar de mim. Aquele olhar não me deixa esconder nada. Bem, deixa eu ir lá ver pela enésima vez meu convite e sofrer com essa ansiedade por antecipação.
Quem quiser saber do resto, aparece lá: dia 13/02, às 21h, no Salão de Atos da UFRGS.
Vai ser legal.
Eu sou uma boa pessoa, mas ontem eu agi muito mal... Agi de forma horrível, comigo e com meu namorado, e consegui nada mais do que ficar sozinha em casa me sentindo terrivelmente deprimida. Até que eu decidi dar uma passada no supermercado, afinal, comprar um monte de chocolate deveria ativar um pouco de endorfina no meu corpo deprimido. No corredor dos produtos de limpeza, estava muito concentrada tentando encontrar um limpador de banheiro quando sinto alguém mexendo nos meus cabelos. Tomei um susto e imediatamente olhei pra trás. Me deparei com uma menininha. Ela devia ter uns 5, 6 anos. Tinha a pele muito branca, os cabelos castanhos presos num rabo de cavalo e usava óculos. Ela estava naquelas cestas que existem nos carrinhos para as crianças e, quando eu me virei, ela começou a rir. Quando eu percebi que era ela que estava mexendo nos meus cabelos comecei a sorri para ela também. Aí ela fez um gesto com a mão para eu me aproximar. Me aproximei e ela pegou minha mão. Sem para de sorrir, ela começou a acariciar a minha mão e a beijá-la. Eu perguntei qual era o nome dela. Ela respondeu, mas eu não entendi, aí a vó dela me ajudou: Nicole, o nome dela era Nicole. A Nicole não parava de sorrir, me puxou e me beijou no rosto, depois continuava a segurar minha mão e a bejair, sem me deixar sair. Quando eu me afastei disse que ela era muito querida e joguei um beijo pra ela, ela retribuiu e acenou a mão num tchau. A Nicole tem síndrome de down, mas a Nicole entendeu direitinho que eu estava precisando de carinho. A Nicole parecia feliz naquele momento, eu eu também quis me sentir assim. Foi bom ter conhecido a Nicole.
Uma vez a pesonagem principal falou no Minha Vida de Cão (o seriado): "Às vezes alguém diz algo tão pequeno, mas que cabe direitinho no vazio do teu coração". Às vezes são pequenos gestos que cabem direitinho nesse vazio e te fazem sentir melhor. É clichê, mas ainda vale.